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29/01/2015

A RELEVÂNCIA DA INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA JUNTO ÀS FAMÍLIAS





  A atuação psicopedagógica é concebida como uma área de conhecimento que proporciona uma melhor compreensão do significado do não aprender apresentando como objeto de estudo o processo de aprendizagem, suas interfaces. Esta área visa valorizar a construção de uma educação mais ampla que integre as diversas áreas do conhecimento, minimizar os fatores que impedem a aprendizagem, adotar uma postura crítica frente aos transtornos mistos das habilidades escolares e propor novas alternativas fundamentais para os profissionais envolvidos no atendimento das crianças, famílias e nas suas inter-relações com a aprendizagem.
Implica compreender que a situação de aprendizagem, individual ou em grupo, requer uma modalidade particular de atuação. Não há procedimentos pré-determinados e sim, observação e uma análise profunda de uma situação concreta e necessária para reconhecer e considerar a interferência, não só nas causas dos problemas, como também na forma de atuação do profissional, voltado cada vez mais para uma ação preventiva, contribuindo para a construção de uma formação sólida e consistente frente às dificuldades e limitações encontradas diante da complexidade de novas configurações familiares que surgem a cada dia.
É mediante o pressuposto de uma modalidade particular de atuação, que o trabalho psicopedagógico se faz atuante, descobrindo nas crianças suas capacidades e desenvolvimento das atividades que o auxiliam na ordenação e coordenação de suas idéias, manifestações intelectuais e reconhecimento das capacidades da criança com o fim último de retirar o obstáculo que a impede de aprender.
A intervenção psicopedagógica realizada no CAPSIJ - Centro de Atenção Psicossocial Infanto Juvenil de Imperatriz , procura ver a maneira como as pessoas aprendem e se desenvolvem com as dificuldades e os problemas que encontram, auxiliando-as a superar essas dificuldades com atividades planejadas e executadas para uma melhor aprendizagem.
Na tentativa de buscar soluções, é comum as famílias apresentarem problemas comportamentais inadequados, pois a maioria das famílias não são alfabetizadas; outras não lembram de dados importantes para a construção da anamnese; algumas não conseguem acomodar as orientações das psicopedagogas, deixando de comparecer às sessões. Assim, como encontramos famílias que têm formas próprias de lidar com estratégias de aprendizagem e de enfrentar dificuldades, buscando a psicopedagogia como apoio.
Os psicopedagogos assumem grandes desafios levando em consideração que junto ao funcionamento cognitivo de cada sujeito estão as suas emoções, com todos os seus significados e conteúdos. A aprendizagem é parte do contexto familiar e social do qual a criança faz parte, sendo assim, a origem do problema não se encontra na estrutura individual. Como também, o sintoma está nos vínculos familiares que se cruzam com uma estrutura individual.
A teoria Walloniana nos diz que são as pluralidade das emoções que possibilitam a interação da criança com o meio social. E, nesse sentido, o primeiro meio com o qual interage a criança, não é o meio físico dos objetos, mas o meio das pessoas. E ainda, que a sociedade humana, portanto, tem uma função genética (Wallon, 1975).
Wallon diz ainda, que o outro da mesma espécie é determinante para a identidade do indivíduo, pois é por meio de suas interações, que além de transformar suas estruturas orgânicas desenvolvendo o psiquismo, os indivíduos criam sociedades e geram conhecimentos, como também que, na dimensão expressiva do movimento, encontramos elementos interessantes, no sentido de podermos atentar mais como profissionais para a concretude da criança, suas posturas corporais, gestos que nos sinalizam questões importantes que fazem parte da criança como um todo (WALLON, 1975).
                     O conhecimento e a aprendizagem não são adquiridos somente na escola, mas também são construídos pelo contato social. A família é responsável por grande parte da educação e aprendizagem das crianças. E é por meio dessa aprendizagem que as mesmas são inseridas no mundo cultural, simbólico e começam a construir seus conhecimentos e saberes (Oliveira, 2008).               Partindo do processo de análise de dados obtidos, formulou-se alguns questionamentos levantando hipóteses de que as famílias necessitam de mais informações sobre os atendimentos realizados no CAPIJ, e também, o papel de cada um, como contribuição para diminuir as dificuldades, principalmente as que possuem baixo grau de escolaridade, ausência de condições ou por falta de conhecimentos, recursos ou profissionais especializados nas escolas que possam orienta-las com procedimentos adequados e de acordo com cada especificidade.
               No desenvolvimento da pesquisa, utilizou-se de instrumentos tais como: observações, entrevistas informais com as famílias, estudos bibliográficos e aplicação de questionários tanto para a equipe psicopegagógica quanto para algumas famílias atendidas com a finalidade de melhor conhecer e também contribuir em outro momento (através de pesquisa exploratória), com proposições que venham possibilitar o diagnóstico das intervenções, como forma de auxiliar e melhor compreender os limites e possibilidades da atuação psicopedagógica junto às famílias.
No referido trabalho, busca-se descrever a partir das reflexões e análises feitas com relação à psicopedagogia e famílias das crianças atendidas com problemas de aprendizagem, a compreensão de como se configuram as relações a partir do cruzamento das informações colhidas junto a pais e profissionais, como forma de nortear o trabalho, objetivando identificar as principais dificuldades encontradas pelas psicopedagogas  do  CAPSIJ , durante  as  intervenções com as famílias; avaliar em qual momento e como são feitas as intervenções; se acontecem momentos de conscientização sobre o real papel da família, das psicopedagogas e da escola no processo educativo das crianças; se existe afetividade entre os membros da família; como são detectadas as dificuldades de aprendizagem pelas famílias; se as famílias e profissionais percebem as mudanças positivas nas crianças após os atendimentos recebidos; se a maioria dos encaminhamentos são feitos pela escola e ainda, se as famílias estão satisfeitas com as orientações recebidas das psicopedagogas para auxiliarem o trabalho em casa.

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